Sobre o tratamento magnético
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É necessário haver perfeita distinção entre um tratamento magnético e uma magnetização acidental e passageira.
Uma dor, uma nevralgia, um movimento febril, um começo de defluxo, uma função momentaneamente suspensa se curam rapidamente; basta, muitas vezes, uma ou duas magnetizações para sustar os progressos do mal e restabelecer o equilíbrio do organismo.
Mas dá-se diferentemente quando se trata de uma moléstia mais séria, e principalmente de um estado crônico que já vem de muito tempo.
Podendo
durar oito dias, quinze dias, um, dois, três, seis meses, e muitas
vezes mais, conforme a gravidade e a antiguidade do mal, é
necessário não empreender um tratamento precipitado, se de ambas as
partes não houver firme resolução de continuá-lo e levá-lo até
feliz êxito.
Quando não houver vontade ou vagar para ultimar com êxito feliz um tratamento magnético, não se deve empreendê-lo, porque, depois de um doente ter experimentado bons e salutares efeitos da ação magnética, a cessação muito súbita desta ação torna-se-lhe muitas vezes prejudicial.
(De Puységur)
Deslocar-se-iam deste modo os humores que não tivessem tido tempo de se fixarem.
(De Jussieu)
Um efeito começado e não sustentado pode contrariar a natureza sem ajudá-la em seus meios.
(De Puységur)
Em
certas moléstias orgânicas muito graves e antigas, os esforços que
faz a natureza para tomar uma nova direção podem produzir as crises
mais dolorosas e alarmantes; faz-se mister evitarmos interromper a
ação e não nos amedrontarmos.
Nunca vi acidente grave ser a
consequência de uma crise violenta cujo desenvolvimento não se
tenha sustado ou contrariado.
(Deleuze)
Um
assentimento recíproco dos mais completos deve-se estabelecer desde
o começo entre magnetizador e magnetizado: de um lado, dedicação,
vontade firme e perseverante; do outro, paciência e confiança
absolutas.
O
magnetizador só deve ter um objetivo: aliviar ou curar. Deve
considerar sua missão como um verdadeiro sacerdócio que lhe cria
novas obrigações.
Sacrificando tudo ao desejo de praticar o bem,
não deve procurar, por vã ostentação, impressionar a imaginação
do seu doente ou daqueles que o cercam pela produção de efeitos
surpreendentes e extraordinários; sua única preocupação deve ser
ajudar a natureza, sem nunca contrariá-la.
Por
seu lado, a pessoa magnetizada deve fazer todos os esforços para
sustentar e animar o ardor daquele que se propõe restituir-lhe a
saúde. Não deve, pois, mostrar prevenção, desconfiança ou
impaciência.
O
começo de um tratamento é geralmente ingrato.
Pelo fato do
magnetismo não produzir imediatamente efeitos aparentes e sensíveis,
não se deve desde logo decidir que ele é impotente; pode-se citar
um grande número de casos de cura obtidos, sem que nenhum sintoma
magnético se tenha manifestado.
Consequentemente, nem sempre as
curas são precedidas, como se poderia supor, de efeitos que anunciem
a ação magnética, e seria de mau alvitre desanimar-se depressa.
Nas
moléstias agudas de marcha rápida, é raro que o magnetismo não
atue de maneira a mostrar imediatamente todo o bem que dele se pode
tirar.
Porém, nas moléstias crônicas de marcha mais lenta, os
sinais são sempre menos prontos, menos sensíveis, e precisa-se
esperar vinte até trinta dias para ter-se um indício qualquer.
Acontece mesmo muitas vezes, em certos casos de moléstias orgânicas
inveteradas, que a ação só se faz sentir no fim de alguns meses, e
então perde-se a confiança no momento em que se poderia colher os
frutos do tratamento.
Fora do assentimento moral comum, que deve existir entre magnetizador e magnetizado, qualquer tratamento exige de uma e de outra parte muita regularidade, uniformidade, ordem e principalmente exatidão.
O
começo periódico das sessões em horas fixas é absolutamente
indispensável à boa direção de um tratamento.
Uma vez combinada a
hora mais conveniente, importa que haja restrita pontualidade.
Conforme a gravidade do mal ou a natureza da moléstia, assim se
decide que as sessões se realizem todos os dias ou de dois em dois
dias.
Se as sessões se derem todos os dias, cumpre que haja de ambos
os lados uma grande exatidão quotidiana, a fim de evitar-se lacunas
no tratamento.
Se forem de dois em dois dias, é necessário, tanto
quanto possível, que haja periodicidade constante e que um dia não
seja indiferentemente substituído por outro.
A
duração das sessões deve sempre ser a mesma.
Pode-se na média
fixá-la em meia hora, 45 minutos no máximo, quando a sessão tiver
de comportar alguns processos de massagem.
Impulsado pelo ardor do
bem ou pelo desejo de satisfazer ao doente, deixamo-nos sempre levar
a magnetizar por mais tempo do que o necessário para lhe ser útil.
Entretanto, é preciso não perdermos de vista que uma ação curta,
porém vigorosamente sustentada do começo ao fim, é mil vezes mais
profícua ao doente do que uma ação muito prolongada, na qual o
operador perde uma parte de suas forças.
Em geral, num tratamento
começando por ação suave e progressiva, obtém-se resultado muito
melhor do que agindo com muita energia e precipitação.
O defeito
comum a todos os noviços, é pecar por impaciência e excessivo
ardor.
Nos
tratamentos quotidianos, pode-se em certos casos suspender as sessões
durante muitos dias, a fim de estudar-se, com espírito de
observação, os sintomas que se produzem no intervalo.
Estas
suspensões contribuem às vezes para despertar a sensibilidade
magnética no momento em que se recomeça.
No
tratamento das moléstias pela medicina comum, acontece
frequentemente que a demora da convalescença sobreleva a do
tratamento; é o que fazia dizer a Mesmer que a convalescença é a
Moléstia dos remédios.
O magnetismo, não se fazendo ajudar de
remédio algum, e apelando, desde o primeiro dia, para a reação
vital, não produz convalescença: o último dia de crise é o último
dia da moléstia.
As radiações magnéticas, impulsando o despertar da natureza e a realização das funções, incitam o doente a recuperar as forças, à medida que explica os princípios mórbidos da moléstia, e é assim que ela termina no próprio dia em que se completa o equilíbrio integral.
Por:
Alphonse Bué Do
livro: Magnetismo Curador
ॐ(EU SOU) VALMIR NÉLIS MASSOTERAPEUTA BIO-QUÂNTICOॐ.
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